PARTILHANDO OLHARES
SOBRE AS CRIANÇAS PEQUENAS...
É preciso repensar o foco do trabalho pedagógico nas instituições de educação infantil, que tem sido centrado muito mais na prática dos adultos do que nas práticas das crianças. Não estamos dizendo que um deva se sobrepor ao outro, mas sim que devemos incluir em nossas reflexões sobre a educação infantil um aspecto fundamental – os direitos das crianças de serem consultadas e ouvidas, de exercerem sua liberdade de expressão e opinião, e o direito de tomarem decisões em seu proveito. Outrossim, uma Pedagogia da Infância e, mais precisamente, uma Pedagogia da Educação infantil teria como um de seus princípios buscar a voz das crianças pequenas sobre a sua vida, vivida no contexto das instituições de educação infantil.
A palestra da Psicóloga Raimunda Sun contribuiu significativamente para o sucesso do Evento. |
Segundo pesquisas recentes, como as de Batista (1998), Prado (1999), Búfalo (1997), Oliveira (2001) e Coutinho (2002), a busca por uma inteligibilidade das infâncias e dos sujeitos que compõem esta categoria social requer um olhar inverso ao que historicamente nos tem marcado: o de que as crianças são “vir a ser”, “tábula rasa”, “rastro vergonhoso de nossa natureza corrupta e animal”, “inocência em forma humana”, etc. Esse outro olhar que estamos nos propondo construir exige a compreensão de que as crianças à sua moda compreendem o mundo que as cerca. Portanto, são sujeitos completos em si mesmos, que pensam, se expressam criativamente e criticamente sobre o espaço institucional onde são educadas e cuidadas. São sujeitos conscientes de sua condição e situação e se expressam de múltiplas formas.
Participação das educadoras da Educação Infantil da Rede Municipal no III Work Shop |
Participação efetiva das docentes da Escola Jardim das Acácias |
Coordenadora Elizângela socializando as práticas pedagógicas desenvolvidas na Escola Jardim das Acácias. |
como a imagem que nos olha e nos interpela". Neuza Gusmão diz que é por via desse olhar interpelador que a cultura e a alteridade desvelam as múltiplas linguagens do social. Linguagens essas que podem tornar-se "invisíveis aos olhos e ouvidos" diante de percepções da realidade dadas como universais, verdadeiras e únicas.
Essa perspectiva nos possibilitaria ver a infância e as crianças enquanto "o Outro de nossos saberes, perante o qual devemos nos colocar em posição de escuta”. Da mesma forma, Manuel Pinto descreve as crianças enquanto sujeitos conscientes de seus sentimentos, idéias, desejos e expectativas, sendo capazes de expressá-los desde que haja quem os queira verdadeiramente escutar e ter em conta. E ainda, continua o autor, existem realidades sociais que só sob o ponto de vista das crianças e de seus universos específicos podem ser descortinadas, compreendidas e analisadas.
Docentes da Escola Jardim das Acácias ao fundo |
Entretanto, a diferença não pode ser entendida como o exótico e o não-permeável, pois se assim o fosse estaríamos nos afastando ainda mais da compreensão da infância vivida em creches e pré-escolas e da possibilidade de garantir às crianças vivências intensas nesses espaços.
Ana Beatriz Cerisara
Alessandra Mara Rotta de Oliveira
Andréa Simões Rivero
Rosa Batista
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É sempre muito gratificante participar de momentos como esses, onde nos reunimos para discutir a educação que estamos dando para nossas crianças.
ResponderExcluirElizângela Ramos
Concordo plenamente com você,são esses encontros que enriquece a nós educadores e promove uma boa qualidade do ensino.
ResponderExcluirAntonia Melo
Excelente Palestra da Dr. Raimunda Sun,sábado super produtivo para os educadores presentes no III workshop de Educação Infantil.
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